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Histórias em nomes

Um dia me perguntei sobre a origem do meu nome. E por não ser comum, aguça a curiosidade das pessoas e as deixam atrapalhadas no início. Até que um dia, minha mãe contou-me a história por trás do meu nome.

Ele surgiu de uma mistura de Adão, nome do meu pai e Maria, nome da minha mãe. Três letras iniciais de cada nome, unidas em uma palavra que me define: Adamar. Passei a ouvir de algumas pessoas, outros chamamentos indevidos como, Ademar, Valdemar, Itamar, nomes mais usuais.

Com o tempo, as pessoas mais chegadas acabaram por aprender a lição e não errar mais o meu nome, que sempre me agradou, pois é como se eu carregasse uma parte de pai e mãe comigo.

Afinal, os nomes são uma mistura de tradição e criatividade. Alguns contam histórias de família e amor. Percebi que nomes assim são muito mais do que apenas uma etiqueta. São uma declaração de identidade, uma celebração da herança e da conexão com aqueles que nos precederam.

Pensando bem, meu nome me remete sempre à minha origem e ligação com pessoas que me amam, mesmo hoje no paraíso eterno. Dessa forma, é de se sentir orgulhoso de quem sou e de onde venho.

Um recado para aqueles que, como eu, tem nomes compostos da mesma forma. Podem ter certeza que vocês não estão sozinhos e fazem parte de uma comunidade de pessoas que carregam uma história e uma identidade única.

Começa o Ano Novo (2025)

 


Pelo mundo afora nos deparamos com inúmeras superstições referentes à virada do ano. Por aqui, em terras tupiniquins, não é diferente. A começar pelo espoucar dos fogos de artifício à meia-noite, saudando o novo ano, com direito à contagem regressiva e o brinde com champanhe (para quem pode) ou um espumante, um reserva a altura. De qualquer forma, está valendo o brinde, pois o que interessa é a confraternização entre familiares e amigos.

Mas não para por aí. Dizem que usar roupa branca chama a sorte. Outros acreditam que a roupa amarela atrai riqueza e devemos usá-la na virada. Há quem pegue na tradição das sementes de romã, além da história da nota de dinheiro dentro do sapato, do uso de uma roupa nova e coisas assim. Cada um com a sua mania. Nada contra. O que conta é o pensamento positivo.

O mais importante no meu entender é olharmos para trás e constatar que de uma forma ou de outra, estamos na parada e devemos, por isso mesmo, ser gratos a Deus por tudo que vivenciamos no ano que passou. Afinal, fomos agraciados com momentos bastante agradáveis, no meio familiar, no trabalho, em todos os lugares, no contato com amigos e pessoas em geral. Os amigos de perto e de longe e outros que só conhecemos pelas mídias sociais.

Claro que nem tudo são flores. É próprio da vida. O desapontamento, o inesperado, os fatos desagradáveis que chegam até nós pela mídia, tudo isso faz parte. Para nós, uma tristeza muito grande no ano que terminou: a perda irreparável de um ente querido da família, minha iluminada irmã e comadre, que está na glória de Deus e será lembrada por toda a eternidade. Deixou saudades e exemplos para todos nós.

E agora, começa mais um ano. O Ano Novo provoca nas pessoas o desejo de dias melhores. E neste sentido, os planos são traçados, em busca de felicidade, amor, amizade, dinheiro e tudo aquilo que possa nos trazer tranquilidade. 

É hora de botar os nossos projetos para funcionar. De nada adianta ficarmos de braços cruzados, esperando que tudo aconteça a nosso favor, sem mover uma palha. Vale a pena sonhar, mas sonho sem atitude é inútil, não funciona. Temos que agir e trabalhar duro para colocar em prática tudo o que está no papel. Este é o caminho certo. Sigamos por ele!

E no Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal, desejamos muita saúde e paz a todos. Reconheçamos as nossas imperfeições e empenhemo-nos para melhorarmos em tudo, sendo justos e verdadeiros, humildes e bondosos, sobretudo com aqueles que mais carecem do nosso carinho e ajuda, como os enfermos, os que passam por toda sorte de dificuldade e os desesperançados.

E que tudo o que foi desejado e ansiado na virada do ano, com o espoucar dos fogos, os brindes, com camisa branca ou amarela, verde ou azul, vermelha ou laranja, não importa, possa virar realidade para você e toda a sua família em 2025.

Adamar Gomes – 1º de janeiro de 2025

O verdadeiro Natal



A celebração do nascimento do Salvador do mundo é o sentido do Natal verdadeiro. É o tempo propício para espalhar amor e generosidade a familiares, amigos e até mesmo aquelas pessoas com quem não temos muita afinidade.

A troca de presentes nos encontros de confraternização, nos transporta à pequena cidade de Belém, à manjedoura da gruta com o Menino Deus, por meio dos Reis Magos, um gesto concreto de amor e humildade, lição para todos aqueles que escolherem
seguir o caminho do bem.

O verdadeiro espírito natalino é a solidariedade. E a magia da noite de Natal torna-se perfeita quando buscamos a paz e a harmonia, deixando de lado todo tipo de iniquidade e diferença para com os nossos irmãos. É, por assim dizer, a noite do perdão.

É hora de festejar:
A esperança que Jesus trouxe ao mundo;
a gratidão pelas nossas conquistas;
o nosso reconhecimento que o principal presente que podemos receber é o amor e amizade uns dos outros e as bênçãos do Senhor, que renasce a cada dia em nossos corações.
A Ele, toda honra e toda a glória!

Feliz e Santo Natal!!! 
25DEZ2024

RÁDIO CLUBE: 84 ANOS DE LIDERANÇA E CREDIBILIDADE


O sonho de se instalar uma emissora de rádio em Patos de Minas, começou numa festa religiosa em 1935, em Santa Rita de Patos, hoje Presidente Olegário. Lá estavam os primos Modesto de Melo Ribeiro e Olavo Amorim que adquiriram microfone e equipamento de som utilizados naquela festa para serem aproveitados na Loja Nova, no centro de Patos. Por ali transmitiam uma programação de música e recados, que tinham como audiência todos aqueles que passavam pelo famoso “vai e vem” da General Osório.

A história conta que se juntaram a eles, mais três sonhadores, o engenheiro Eurico de Melo Ribeiro, o farmacêutico João Gualberto Amorim Jr. e o conhecido Nhonhô Corrêa, que possuía grande habilidade com esse tipo de aparelhagem. Começou aí a Rádio Melhoramentos de Patos.

O empreendimento cresceu e após a legalização federal no Rio de Janeiro junto aos órgãos competentes da época – DIP e DCT – era inaugurada em 29 de novembro de 1940, a RÁDIO CLUBE DE PATOS S/A.

Começou com um pequeno transmissor de 100 watts e não parou de crescer em termos de potência e audiência, passando pelos 1000 watts e, finalmente, 10.000 watts na faixa de AM, alcançando uma grande região.

Atualmente instalada na Avenida Getúlio Vargas, 142, no centro de Patos de Minas, a RÁDIO CLUBE 98 possui uma programação vibrante e com audiência garantida, dando ênfase ao jornalismo e esporte.


PROGRAMAS

Ao longo desses 84 anos torna-se impossível mencionar todos aqueles programas que deixaram saudade. Poderíamos citar o “Fala Patos de Minas”, precursor do jornalismo local, que é a grande sacada da emissora nos nossos dias.

Os mais antigos vão se lembrar do “Cofre de Recordações”, do “Agência Musical”, do “Café das Quatro”, primeiro programa de entrevistas. Dezenas de outros poderiam ser citados, não se esquecendo dos programas de auditório como “Só para Crianças”, “Show de Calouros” e “Roda de Violeiros”. O “Bola na Rede” está no ar há praticamente 70 anos.

A Rádio Clube é responsável pela campanha das Folias de Reis, iniciada na final da década 1950, com apresentações “ao vivo”, inicialmente no auditório da Getúlio Vargas e depois nas dependências da Sociedade São Vicente de Paulo, entidade beneficiária com doações em dinheiro e espécie que são feitas aos foliões. Toda a renda vai para a SSVP de Patos de Minas, para atendimento a pessoas necessitados. É uma grande ação social da Rádio.

NOVOS TEMPOS

A RÁDIO CLUBE possui uma das maiores audiências do interior mineiro, programação moderna e participativa. Com os novos tempos, a emissora transmite a maioria de seus programas em várias plataformas. Além da opção da faixa de 98,3 Mhz (no radinho), há a possibilidade de se ouvir através da internet por vários aplicativos, além das plataformas digitais do Youtube e Facebook.

Essas transmissões “ao vivo”, com equipamento moderno são levadas ao ar nos Jornal da Clube, Debate 98, Radar, Bola na Rede, Resenhão e Sala de Esportes, além de eventos especiais, como transmissões de futebol e outras coberturas externas.

A emissora que sempre foi “A líder do Alto-Paranaíba”, acompanhou a modernização das mídias e deu passo decisivo migrando das faixas de AM para FM. Assim, desde 2018, a RÁDIO CLUBE 98 passou a dar o seu recado, hoje com o slogan: “A QUALIDADE EVOLUI... A CREDIBILIDADE PERMANECE”.

SISTEMA CLUBE

A Rádio Clube lidera o Sistema Clube, formado pela 99FM, com programação que destaca o pop-rock e talk show e a FM Liberdade, 100% sertaneja.

Parabéns Rádio Clube de Patos pelos 84 anos!!!!!!!

ELA AINDA VIVE EM NOSSOS CORAÇÕES



E ela se afastou de mansinho levando consigo a doçura de seu sorriso e a serenidade de seu olhar. O céu de azul escancarado daquela quinta-feira de abril a acolhia na sua morada eterna. Sim, a Waninha foi morar com Deus. Não há outro lugar senão este, reservado para quem é iluminada, espalhando sua luz poderosa ao seu redor, como se carregasse consigo um pedaço do sol, conduzindo calor e alegria por onde passava. 

Minha irmãzinha teve uma infância radiante, muito querida em casa e pelos amigos da vizinhança. Gostava de boneca, como as meninas de sua época e tinha dotes artísticos, inclusive para música, servindo-se da sanfona do pai Adão, para dedilhar algumas melodias. Eu gostava de lhe passar algumas dicas, pois havia aprendido com um professor de muito reconhecimento, as lições musicais, incluindo o acordeão, a nossa sanfona.

Era destaque na escola, em todos os níveis, chegando ao cargo de professora e é lembrada até hoje por ex-alunos, pelo seu desempenho, muita capacidade e senso de bom humor. Era super bem humorada. Sempre foi risonha, extrovertida e angariou, por isso mesmo, a simpatia de todos. Era destaque nas comemorações do natal, de fim de ano,  em novenas, nas nossas pamonhadas, nos aniversários, no teatro, que ela adorava e era a animadora maior, enfim, em todas as festas, entusiasmando a todos e transformando em muita alegria aqueles acontecimentos, que se tornaram memoráveis.  

Há alguns anos, lutava contra uma enfermidade devastadora e, por vezes, tinha que encarar tratamentos medicamentosos e sessões, que a levavam a situações difíceis e dolorosas. Mesmo assim, diante de tantas tribulações, não baixava a guarda e enfrentava tudo de frente, com otimismo e até brincava com a situação.

Por mais desafiadoras que fossem as dificuldades, ela tinha a convicção de que poderia superá-las com persistência e a força divina interior. Mantinha sempre elevado o otimismo na vida, tendo plantado boas sementes de paz e amor, vivendo em harmonia com sua consciência e auxiliando os outros ao máximo.

Sua mansidão e serenidade conquistaram os nossos corações e nos inspiraram a sermos melhores a cada dia. A sua bondade e compaixão são exemplos a serem seguidos, por quem deseja uma vida melhor.

Ela Viveu plenamente cada momento na Terra para agradar a Deus, e a sua luz continuará a brilhar entre nós. Ela veio ao mundo para honrar a Deus, vivendo intensamente cada momento com seu brilho, e continuará vivendo em nossos corações.

Ela honrou com louvor todos os compromissos terrenos como: filha, irmã, esposa, mãe, educadora, tia, cunhada, avó, madrinha e amiga...  e agora, sua jornada continua para além da vida terrena. Seu legado de amor, gentileza e generosidade continuará a inspirar aqueles que tiveram a sorte de cruzar seu caminho. Que sua luz brilhe eternamente, guiando-nos com sua sabedoria e amor incondicional.

Desde sua ascensão para a glória de Deus, sentimos sua falta e uma saudade imensa. As  suas recorrentes gargalhadas permanecerão para sempre em nossas memórias e ecoarão por toda eternidade.

Ela seguiu o seu caminho, na Glória de Deus e não morrerá enquanto permanecer viva nos nossos corações.

(Em memória à Wânia Maria de Sousa Amorim, minha irmã, falecida aos 73 anos de idade, no dia 25 de abril de 2024. Agradeço à Maria Júlia Teles Gomes, responsável por grande parte deste texto)

Rodovia abandonada



Quem pega a estrada sabe que está correndo um risco tremendo pelo péssimo estado das rodovias, sem querer generalizar, claro, pois não conheço todos os caminhos desse gigantesco Brasil.

A abordagem aqui é, sem rodeios, pois não dá para tolerar mais, tamanho abandono da BR 365, importante via de ligação do sul-sudeste com o norte e principalmente com o nordeste brasileiro.

Você poderá dizer que com esse período chuvoso aqui no sudeste (estamos em janeiro de 2023), com muitas ocorrências de transbordamento de rios, deslizamentos nas encostas e trânsito acentuado pelas férias escolares, a recuperação de estradas seria inviável.

No entanto, os buracos não são de agora. Eles só aumentaram de tamanho desde quando surgiram há meses, em período de estiagem, que seria o ideal para colocar a pista de rolamento em perfeitas condições.

Mas, mesmo assim, quem poderia fazê-lo não cumpriu com a sua obrigação. É um dever do gestor de cuidar da segurança das estradas, de promover a devida manutenção, em respeito ao contribuinte e ao bem-estar do cidadão.

Disseram-me que a rodovia, embora federal, deveria ter a manutenção estadual. Deveria. Só que isso não ocorre.

Enquanto isso, cresce o número de ocorrências, com acidentes que têm tudo a ver com o estado deplorável da pista, com registro de mortes e feridos, além de danos materiais.  

No ano passado, na campanha eleitoral, ouvi muito discurso por aí, em que candidatos prometiam soluções para todos os problemas, como é de praxe, inclusive citando essa sinistra rodovia. Falava-se em agilizar a manutenção e até duplicação da pista, considerando o tráfego intenso de veículos leves e pesados.

Infelizmente eram discursos eleitoreiros. Tanto é que, passadas as eleições, ninguém mais falou mais nada, ou seja, voltamos à estaca zero, da rodovia abandonada, sem pai e mãe, com seus perigos iminentes e seus buracos colossais.

Felizmente concluí minha viagem muito bem, apesar de tudo, mas preocupado com novas vidas que podem ser ceifadas como outras que utilizavam o mesmo caminho, nessa rota da desdita.

Metas para o ano novo



Normalmente a virada do ano provoca em nós aquele propósito de desejar que alguma ação concreta possa ser assumida e que se transforme em projeto de mudança de atitude para começar imediatamente no 1º de janeiro, como um novo caminho a ser trilhado.
 
O que se pretende, no geral, é uma forma diferente de encarar a vida, uma mudança de paradigmas, algo como direcionar os nossos anseios em busca de sucesso nesta nova etapa que se inaugura.

Considero esse desejo como uma ação benéfica, pois denota que não andamos satisfeitos com o que estamos entregando, no sentido dos relacionamentos afetivos, cuidados com a saúde física, os pensamentos e o nosso rendimento nas atividades diárias.

Conversando com pessoas, pude constatar que algumas delas conseguem pagar essa “dívida”, pelo menos em parte. A argumentação é que, pela animação da festa da passagem do ano, algumas promessas são postergadas e outras até ignoradas, principalmente aquelas que dizem respeito às dietas para emagrecimento. Muitas caminhadas e até a frequência em academias, que foram imaginadas, ficaram mesmo só no blá-blá-blá da empolgação.

Quanto a mim, as metas estão estabelecidas e, na realidade não são poucas. Do ano que passou, algumas foram abandonadas e outras adiadas para serem colocadas em prática agora. O importante é não parar no tempo e ter coisas para fazer, priorizando o mais importante, sem pressa ou obrigação para fazer tudo, porém estimulando ações para transformar a nossa rotina.     

O importante é vivermos cada momento da vida da melhor maneira possível, espalhando gentileza e sorriso, com paciência e tolerância, para receber gestos de felicidade inesperados.

Estabeleçamos as nossas metas! E Feliz 2023!

Eterno Rei Pelé

 

“O Edson morre, mas Pelé, não”, disse certa vez o Rei durante uma entrevista. E não há o que contestar. Pelé não morre. A sua história está perpetuada e suas conquistas fizeram toda a diferença, junto aos amantes do futebol, não só do Brasil como do mundo inteiro. Tornou-se a figura mais conhecida do Brasil no exterior. O mineiro de Três Corações não foi um simples craque de bola. Era diferenciado, uma habilidade inigualável, tornando fáceis jogadas que para outro atleta seriam complicadas de realizar.

O nome Pelé se tornou sinônimo de tudo aquilo que é bom, que é o melhor. O grande piloto é chamado de “pelé das pistas”. Se é um campeão no boxe, é o “pelé dos ringues”. E por aí, vai.

Como dizia Waldir Amaral, famoso narrador na época, com os seus bordões criativos, Pelé era “o Deus de todos os Estádios”. Outro grande narrador, inesquecível, que marcou espaço com o seu vozeirão, o mineiro de Caxambu, Jorge Cury, que vibrava como ninguém com mais um gol do garoto que encantava multidões.

Falando sobre isso, não tive essa felicidade de narrar um gol de Pelé. Ainda iniciante na carreira de narrador esportivo, as oportunidades não foram muitas para que isso acontecesse. Ainda assim, desde cedo me interessava em acompanhar pelo rádio, inicialmente e depois pela TV, a passagem destacada pelo mundo da bola, desse jogador genial.

Boas lembranças ficaram. O primeiro gol de Pelé com a camisa da Seleção, na Suécia, em 1958, diante de País de Gales é uma delas. A matada de bola no peito, chapeuzinho no adversário e sem deixar a bola tocar na grama, o toque perfeito no cantinho direito do goleiro. Maravilhoso!

O milésimo gol no Maracanã, o toque perfeito no gol mais emblemático marcado de penalidade máxima. Jamais poderia esquecer aquele 19 de novembro de 1969. Pelo radinho de pilha, ouvindo Doalcey Bueno de Camargo, com o seu tradicional “disparooouuuuu..... gooooooooollllll, de Pelé”.  

Para relembrar capítulos da história de Pelé, temos que destacar a Copa de 1970, no México. A Seleção brasileira chegava com moral, apesar de não ter vencido quatro anos antes na Inglaterra, mas já possuía o bicampeonato, conquistando a “Jules Rimet” em 1958 na Suécia e 1962, no Chile. No México, o material humano à disposição de Zagalo era extraordinário. O resultado não poderia ser diferente. Tinha mesmo que ser campeão. Para mim, a melhor seleção brasileira de todos os tempos: Rivelino, Tostão, Gerson, Jairzinho, Clodoaldo e todos aqueles outros craques no mesmo time e, lógico, incluindo a cereja do bolo, o Rei Pelé. Não tinha prá ninguém!

Registro aqui também, o grande dia em que pude, enfim, acompanhar de perto, das arquibancadas, uma partida da Seleção Brasileira, com o eterno Pelé em campo, contra o Atlético Mineiro, em Belo-Horizonte, no Mineirão, Estádio que comemorava os seus quatro anos de existência, em 1969. Lembro-me bem daquele 3 de setembro. Eu e mais 71 mil 532 pessoas, testemunhamos o gol de Pelé, numa noite em que a seleção perdeu por 2x1, mas com gol “dele”, em plena forma, a um ano antes de conquistar o Tricampeonato.

O mundo todo demonstra os sentimentos pela perda de Edson Arantes do Nascimento (23out1940 – 29dez2022) e, ao mesmo tempo, reverencia a trajetória de sucesso, daquele que conseguiu parar uma guerra, tornou o Brasil mais conhecido, inspirou carreiras de outros craques e arrancou aplausos até de torcedores adversários, pelas suas jogadas mirabolantes e gols memoráveis. Este é Pelé: o Rei do futebol!

(Adamar Gomes - 31DEZ2022)


Thor Benfor

             


            Nunca pensei que um dia teria um cachorrinho em casa. Aconteceu. Fomos buscá-lo numa cidade próxima. O shitzu chegou com poucos meses de vida, um presente para o caçula, na festa dos seus sete anos. No seu registro, um pomposo nome, Thor Benfor. Só faltou o CPF. Thor na mitologia nórdica é Deus dos trovões, relâmpagos e tempestades, ironicamente tudo o que o nosso Thor não tolera. É um incômodo só, que o faz baixar o rabinho e iniciar a tremedeira.

    Sabe-se que os cães sofrem muito com barulhos, por possuírem uma audição muito mais aguçada e sensível que a nossa. Pelo menos os foguetes deveriam sofrer um controle maior. Acho que incomoda a todos.

    O Thor é muito esperto e acompanha todos os movimentos das pessoas na casa. Quando alguém se ausenta, ele o espera junto à porta. Se é por muito tempo, como em viagens, ele fica incomodado. E há duas palavrinhas sagradas que ele adora ouvir, “comer” e “passear”.

    A movimentação da língua, abrindo e fechando a boca, é a tradução de “estou com fome, pô”. E quando o convite é para passear, logo fixa o olhar para a guia, como quem diz “vamos lá, tá na hora!”.

    A caminhada faz um bem danado. Melhora a circulação, dá eficiência aos pulmões, a sensação de bem-estar é visível e areja os pensamentos. Eu gosto e ele adora e se diverte bastante, chegando a ensaiar uma corridinha. É tudo de bom.

    É raro ouvir o seu latido. A única vez que faz isso é quando ouve o barulho do portão, indicando que alguém está chegando. Assim que cessa a curiosidade, silencia-se novamente.

    E para dormir não faz cerimônia. É só oferecer-lhe o colchãozinho e o carinha dorme em qualquer canto. Como dizem as meninas do banho e tosa: “ele é muito bonzinho!”.

    Agora, me permitam, porque o rapazinho está cobrando seu lanchinho da noite e não vamos deixá-lo esperando, né!...

Monjolinho de Muitos Tons

      


         
Recebi um inédito convite para prefaciar uma obra literária, um livro de história, que conta a saga de um povo ordeiro e religioso de um lugarejo muito querido, chamado Monjolinho de Minas. Agora estou ansioso para o lançamento de "Monjolinho de Muitos Tons", de Antonio Coelho Moreira.

        Conheço o Antonio há bastante tempo, desde os seus estudos no Ginásio Kennedy, cursando a sétima série do ginasial, como se dizia na época, em que eu exercia a dura e difícil missão de professor. Ele se destacava como um aluno responsável e cumpridor de suas obrigações com as tarefas diárias, muito interessado, tanto é que seguiu caminho, passando pelo Unipam e, depois, em São Paulo, com a graduação em Ciências Humanas e Geografia e pós-graduação em educação de Jovens e Adultos, o que lhe concedeu uma base sólida para exercer com mestria, suas funções como Professor titular das Redes municipal e estadual de São Paulo.

        É notória a sua paixão pelos livros, que o levou a publicar poesias em três antologias na década de 1980. Recentemente me presenteou com a sua publicação de 2019, o livro autoral “Intemporal – Fora do Domínio do Tempo”.

        Nascido na zona rural de Cabeceira do Monjolinho conhece como ninguém o jeito simples das pessoas do interior, o amor pela terra, o respeito à natureza e a preocupação em preservar os bons costumes e a história. Tudo isso vamos encontrar nesta obra grandiosa.

        Prefaciar um livro não é uma tarefa fácil e, ao mesmo tempo, é de muita responsabilidade, porém tem lá suas vantagens. Uma delas é a primazia de conhecer a obra antes do seu lançamento, reconhecer o labor intenso do historiador e o compromisso no relato dos fatos, agora eternizados. Quando convidado, senti-me bastante honrado pela lembrança e espero cumprir a missão a mim confiada. Minha gratidão!

        Se “Os livros são o tesouro precioso do mundo e a digna herança das gerações e nações” (Henry David Thoreau), podemos afirmar que essa obra é uma preciosa lembrança, de pessoas e gerações, que superaram todos os contratempos, encararam os desafios mais espinhosos, para criar a comunidade de Monjolinho, marcada com a Cruz abençoada.

        O autor nos impressiona positivamente, com a qualidade de sua narrativa, a fidelidade para com as informações e as frases impregnadas de muita sensibilidade. O amor está presente no encadeamento dos fatos, transmitindo credibilidade, muita energia e luz.

        Está explícita na obra, a condição básica exigida de um historiador, ou seja, o compromisso com a verdade, materializado nas várias entrevistas, com o objetivo de compilar o maior número possível de informações, reunidas em um documento histórico, pronto para o deleite do leitor.

        Antonio Coelho Moreira, além da apresentação dos fatos, preocupou-se com a linguagem visual, publicando um acervo de fotos, autênticos registros históricos, aumentando a nossa admiração pelo seu trabalho.

        Imagino este livro manuseado por crianças e adultos, de qualquer parte do mundo, especialmente em Monjolinho de Minas, onde terá, com absoluta certeza, um local de destaque nas bibliotecas escolares. E fará um bem enorme, aos que desejam conhecer uma história de várias décadas e preservar valores.

        Os livros podem ser divididos em dois grupos: aqueles do momento e aqueles de sempre.” (John Ruskin). Monjolinho de Muitos Tons não é um livro de momento. Ele ficará para sempre, como uma fonte inigualável de consulta, com os seus registros históricos fascinantes, que testemunham a fé a esperança de um povo laborioso.