Patos de Minas chega aos seus 129 anos neste 24 de maio de 2021. Muitos se enganam ao dizer que são 129 anos de emancipação político-administrativa quando, na realidade esse fato ocorreu em 29 de fevereiro de 1868, quando então o Distrito de Santo Antônio dos Patos tornou-se Vila. O 24 de maio é a data em que a Vila foi elevada à condição de cidade, com o nome de Patos.
É bom
fazermos essa distinção para que não fiquem irritados os nossos historiadores,
principalmente o grande e zeloso Professor Antônio de Oliveira Mello, que não suporta
ver a história atropelada. A ele os nossos respeitos.
A história
conta que foi lá pelo século 18, que tropeiros que desbravavam o interior do
país costumavam se abrigar em torno de uma grande lagoa povoada por patos e,
com o passar do tempo, construíam os seus ranchos e depois, casas.
Em meados do
século 19, surgia a primeira fazenda, do casal Antônio da Silva Guerra e Luiza
Corrêa de Andrade, que doaram parte de suas terras para a construção da Igreja
em homenagem a Santo Antônio, com o surgimento de uma vila em seu redor. O
povoado passou a ser conhecido por Santo Antônio da Beira do Rio Paranaíba.
Mais tarde, simplificado para Santo Antônio de Patos, ainda como distrito. Silva
Guerra e Dona Luiza se transformaram mais tarde em nomes de ruas, que se cruzam
no centro, a um quarteirão do bairro do Brasil.
A primeira capela naquelas
terras foi construída entre 1831 e 1839, demolida na década de 1960, quando já
existia a belíssima Catedral de Santo Antônio, um dos mais exuberantes cartões
postais da cidade. Na praça da antiga igreja, foi erguido em 1992, o monumento ao
Centenário da cidade, na conhecida praça Dom Eduardo.
A cidade foi
se desenvolvendo. As primeiras edificações formaram um povoado, depois Vila e Cidade
em 1892, no dia 24 de maio, com o nome de Patos.
Em 1943, o governo
do Estado, a seu bel-prazer mudou o nome de Patos para Guaratinga, por força de
uma lei Estadual. Guaratinga no vocábulo indígena tupi-guarany, significa “garça
branca”. Curioso isso, né! Pelo que se conta, os patenses ficaram tão
revoltados, que a decisão teve que ser revogada e foi quando a surgiu o nome de
Patos de Minas. Segundo os historiadores, o “de Minas” veio para distinguir de
Patos, da Paraíba. Só que aqui é “patense”, lá é “patoense”.
Mas, voltemos
à nossa Lagoa dos Patos que deu origem ao nome da cidade. Não se trata da Lagoa
Grande, próximo ao Terminal Rodoviário ou da Lagoinha, no bairro do mesmo nome
(estas ainda existem). A nossa Lagoa dos Patos não existe mais e foi ocupada
por construções. Ela estava localizada no espaço entre as ruas Major Jerônimo e
Avenida Paracatu, e ruas João da Rocha Filgueira e Padre Caldeira mais a
Teófilo Otoni. Uma baixada que até hoje é sujeita a inundações em tempo de
muita chuva.
Esta é a
minha cidade: Patos de Minas. Dos tropeiros que se abrigavam em torno de uma
grande lagoa com números patos. Das primeiras habitações à cidade em 1892. Da
pujança de seu progresso, da liderança regional, como cidade-polo do
Alto-Paranaíba.
Patos de
Minas, nos versos de Ibraim Francisco de Oliveira, na canção interpretada por
Celino (meu tio Tonico) e o Chiquito.
“Às margens do
Paranaíba
Cidade querida
é Patos de Minas.”
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